sexta-feira, 31 de maio de 2013

Homem de Ferro 3

 
Olá Amigos do blog!
 
Em clima de estréia do terceiro filme da franquia do Homem de Ferro trago esse desenho que fiz há alguns dias atrás. Aliás, filme que ainda não vi e não posso tecer meus comentários a respeito. Mas espero que gostem (tanto o filme como o meu desenho)!
 
Cinema: Ando revisitando a filmografia de Jean-Luc Godard e ontem assiti ao excepcional Viver a Vida (Vivre sa Vie, 1962). Grande Godard! E Ana Karina nunca esteve tão bela!
O filme gira em torno de Nana (Ana Karina), um garota que vive sozinha em Paris e sonha em ser uma estrela de cinema, mas que ao se ver em apuros financeiros decide se prostituir. Fragmentado em 12 episódios (chamados de tableau) os planos são descritos antecipadamente em cada introdução. Já no primeiro plano encontramos Nana conversando com um homem, ambos de costas, sentados em um balcão de um café. Sabemos se tratar de seu namorado e a conversa gira em torno do fim do relacionamento. E assim vamos acompanhando, com certo distanciamento, as decisões da protagonista que muito contradizem sobre o que realmente pensa. E como ela mesmo diz, "se estou feliz, sou responsável... se estou infeliz, sou responsável." Conforme ela é jogada num mundo de incertezas, a morte vai se tornando, silenciosamente, a melhor saída. Há um plano em que Nana está no cinema vendo o filme de Carl Theodor Dreyer sobre Joana D'Arc e isso se apresenta com maior clareza. As lágrimas da mártir francesa, diante da morte se misturam as dela, que dentro de toda aquela escuridão da sala de projeção brotam de um rosto iluminado apenas pela luz da tela. É para mim desde já um dos momentos mais sublimes da história do cinema.
Viver a Vida é um filme de ações, pois as palvras são insuficientes para "se ver de dentro". É por isso que Godard faz questão de colocar Nana diante de um filósofo da linguagem, Brice Parrain, para que ela declare que gostaria de nunca mais pronuncia-las, pois elas não conseguem exprimir sua angústia.  Mas sem as palavras, que imagens Godard se utiliza em seu enredo? E como conecta-las?
Assim vamos descobrindo sua intenção, e nesse silêncio estamos diante da contemplação de um rosto, o de Nana (ou de Ana Karina?). Em um dos últimos planos, um narração em off de um conto de Poe sobre um pintor retratando sua amada é uma pista dessa intenção.
Viver a Vida é o terceiro filme de Godard, um dos diretores mais celebrados da Nouvelle Vague, que trouxe os longos planos-sequência, o movimento da camêra e a montagem descontínua. Sem dúvida um das melhores obras realizadas por esse grande diretor.
 
Visuais: Fui ver recentemente a exposição Lady Warhol, em cartaz no MAM de São Paulo até junho. Trata-se de uma seleção de 50 imagens realizadas no início da década de 1980 pelo fotógrado Cristopher Makos com o artista da Pop Art americana Andy Warhol (1928-1987). Nessas imagens vemos um Warhol travestido de mulher e a intenção de ambos é propor uma discussão acerca do limite tênue entre a figura feminina e masculina que a sexualidade ambígua e o surgimento de estilos de vida alternativos trouxeram no final dos anos 1970 para a cena nova-iorquina. Com a utilização de perucas, acessórios e maquiagem as imagens são baseadas em outra imagem icônica na história da arte, Rrose Selavy, que é Marcel Duchamp (1887-1968) usando um vestido e chapéu de mulher fotografado por Man Ray (1890-1976). 
Nas palavras de Cristopher Makos, Warhol tem as "mesma expressões perdidas das senhoras ricas que ele fotografava". Algo que beira entre o glamour e a decadência em uma "extraordinária Altered Image".
 
 
É isso!
Daniel Alves
Facebook: Daniel Alves Gomes Sampaio

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